Soneto da Separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente!
Vinícius De Moraes
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente!
Vinícius De Moraes
3 Comments:
Vinicius, bela escolha...
Também ele, pela minha mão, te vai comentar. Talvez de forma arrevesada:
O MAL DE NAVA
Meu Deus, que tédio
Que me devora
Não sei se fique
Se vá me embora
Morrer? Se morro
Quem me dá vida?
Chorar? Se choro
Quem me consola?
Sinto fantasmas
No seu silêncio
Me sopram cinzas
No coração
Cinzas? quem dera.
In JARDIM NOTURNO - POEMAS INÉDITOS - VINICIUS DE MORAES
Edição Companhia Das Letras
É a visão do poeta sobre o momento, o repente. Outros momentos se seguirão. A esperança está sempre ao virar da esquina e das cinzas renascerá a fenix.
Bjoka
o comment anterior com "O MAL DE NAVA" foi meu e por lapso não assinei.
"R"
R de R,
fico sem palavras... tu és lindo e único!!!
Obrigada por visitares o meu espacinho e por teres sempre algo a ripostar de tão belo e culto!
Bjokas
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